19 de abril de 2024
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Botucatu é sede de Inovação e Empreendedorismo Científico

Os recentes cortes no orçamento de 2018 na pasta do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI) provocou um grande alvoroço no meio acadêmico e científico. Com a verba cerca de 19% menor que a de 2017, a parcela para custeio e investimentos perdeu quase R$ 5 bilhões.

As consequências são catastróficas para toda a estrutura de pesquisa no País e para os setores empresariais que apostam em inovação. Os grandes centros públicos de pesquisa e inovação do Brasil ficam à deriva, sem receita para pagamento de bolsas a pesquisadores e investimentos escassos para inovação.

Enquanto países de primeiro mundo investem em torno de 3% a 4% de seu PIB, o governo brasileiro vem cortando ano a ano os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, figurando percentuais abaixo de 1%. 

O triste fato do sucateamento de um dos mais brilhantes centros de pesquisas científicas reconhecidas mundialmente, abriu as portas para uma nova realidade no Brasil: parcerias entre a universidade e empresas privadas.

Apesar de não ser nenhuma novidade, as parcerias bem estruturadas entre o mundo acadêmico e empresas são capazes de suprir as mais diversas necessidades da sociedade. Enquanto nas nações desenvolvidas esse modelo é uma característica importante no desenvolvimento de soluções, no Brasil, entretanto, ainda existe um estigma em torno da geração de conhecimento acadêmico e mundo corporativo.

Para o professor Wagner Cotroni Valenti, Diretor da Agência Unesp de Inovação (AUIN), o grande desafio da agência é o de desenvolver o pensamento empreendedor entre alunos e professores, mostrando que a geração do conhecimento da Unesp pode voltar para a sociedade de forma aplicável, garantindo patentes e licenciamentos das criações intelectuais. “Nosso papel é o de transformar o conhecimento da Universidade em inovação, ou seja, em produtos e processos que melhorem a qualidade de vida da população”, ressalta o diretor da AUIN. Assim, a receita dos royalties recebidos por estas licenças poderá suprir parcialmente a falta de recursos para investir em inovação.

Para Moacyr Bighetti, CEO da Kaivo Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, a grande maioria das pesquisas e descobertas científicas jamais chegaram ao mercado à disposição da população, mesmo fora do Brasil. “Isso ocorre porque após a conclusão dos estudos, existe um vale entre o que se obteve como resultado da pesquisa e um produto em condições de entrar no mercado”, enfatiza Bighetti.

O “vale da morte”, é um termo muito utilizado nos Estados Unidos para o período entre a prova do conceito e o início da produção em escala de uma inovação. É a fase em que a inovação tende a morrer por falta de recursos e conhecimentos específicos mercadológicos. “Muitas vezes, nessa fase de desenvolvimento, são necessários anos, e se investem mais recursos do que o próprio desenvolvimento científico da inovação. Este investimento pode chegar à casa das dezenas de milhões”, revela o CEO da Kaivo.

Para que uma inovação seja comercializada há a necessidade de um segundo aporte financeiro e logístico, que envolve a construção de uma unidade fabril, patentes, propriedade intelectual, registros, autorizações junto aos órgãos reguladores, licenciamento, entre outras inúmeras documentações e ações estratégicas de posicionamento da marca e relacionamento com os públicos-alvo.

“Os centros de pesquisas não têm recursos e conhecimento técnico para executar essas ações, eles são geradores de conhecimento e nós somos a ponte entre a universidade e o mundo corporativo, dando o suporte para que a inovação chegue definitivamente ao mercado, transformando estas tecnologias em produto”, endossa Bighetti.

A AUIN acredita que a aproximação entre a universidade e empresas é um modelo promissor e que vem ganhando força no Brasil. Exemplo disso, é o recente caso bem-sucedido do Centro de Estudos de Venenos e Animais Peçonhentos (CEVAP) da UNESP Botucatu, que após 25 anos firmou contrato com uma empresa para levar uma de suas pesquisas ao mercado.

A partir do veneno de serpente cascavel, os pesquisadores da UNESP obtiveram um biopolímero ativo testado com sucesso no estancamento de hemorragias, regeneração de tecidos, cicatrização de feridas em geral e úlcera venosas, colagem de pele, nervos e gengivas, enxerto de ossos e terapia de células tronco, para aplicações em humanos e animais. “Queremos identificar e incentivar as invenções da Universidade que tenham potencial de licenciamento e que possam ser adquiridas por empresas que estão dispostas a pagar royalties pelo o uso da ideia”, ressalta Professor Valenti.

A inovação foi licenciada pela UNESP para a Kaivo Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, responsável por levar a nova terapia ao mercado. “Esse modelo de negócio permite que o país não perca a competitividade inovadora em relação aos concorrentes de outros países, e gere divisas para o país. Nós temos a obrigação de valorizar o nosso conhecimento científico e torna-los realidade”, conclui o CEO da Kaivo.

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(com Assessoria de Imprensa)

Redação 14 News

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